Índice médio de transparência dos portais públicos no Brasil é de 57,9%, de acordo com pesquisa

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Pesquisa aplicada pelos Tribunais de Contas (TCs) demonstra que o índice de transparência dos portais públicos no Brasil é de 57,92%, considerado intermediário segundo o levantamento. Foram analisados 8.045 portais dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, dos TCs, Ministérios Públicos e Defensorias Públicas, das três esferas de governo: União, Estados, Municípios e do Distrito Federal, além de entidades da Administração Indireta federal. Os dados foram apresentados, nesta segunda-feira (13), pelo coordenador do Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP) , Antonio Joaquim, e pelos integrantes do Grupo de Trabalho (GT) da Transparência, Risodalva Castro e Volmar Bucco Júnior, durante o Seminário Transparência em foco.

A metodologia da pesquisa, prevista em uma cartilha lançada em julho, prevê a verificação de 202 a 258 itens de avaliação em cada um dos sites. A quantidade de critérios varia de acordo com a natureza da instituição, sendo o Poder Executivo o ente que tem matriz de avaliação mais extensa. (Cartilha orienta sobre boas práticas de transparência em portais portais públicos – Atricon).

Conforme o levantamento, os portais dos Tribunais de Contas apresentam 90,42% de transparência, seguidos pelos sites do Ministérios Públicos (85,68%), dos Judiciários (78,75%), das Defensorias Públicas (70,13%), dos Executivos (59,49%) e dos Legislativos (55,37%) brasileiros.

A pesquisa, que já se encontra na sua segunda edição, é promovida pela Atricon em conjunto com os Tribunais de Contas da União (TCU) e do Estado do Mato Grosso (TCE-MT). O levantamento foi realizado por equipes dos 33 Tribunais de Contas e possui informações dos controles internos dos Estados, Municípios e do Distrito Federal. A iniciativa tem o apoio do Instituto Rui Barbosa (IRB), da Associação Brasileira de Tribunais de Contas de Municípios (Abracom), do Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC) e do Conselho Nacional de Controle Interno (Conaci), além dos Tribunais de Contas brasileiros.

No levantamento, os sites públicos são classificados nas categorias diamante, ouro, prata, intermediário, básico, inicial ou inexistente, de acordo com o índice de transparência alcançado. Para seu segundo ano, o estudo teve seus critérios de avaliação redesenhados, passando a incluir mais temas, como o atendimento a regras da Lei Geral de Proteção de Dados, do Código Tributário Nacional quanto a renúncias fiscais, da Lei do Governo Digital, da Nova Lei de Licitações, entre outros. Também foram ampliados os itens de análise estabelecidos de acordo com a atividade fim de cada instituição submetida a exame, com o objetivo de despertar o interesse do cidadão e ampliar a utilidade dos dados disponibilizados pelo Poder Público. Elevou-se também o grau de exigência da qualidade e da forma de apresentação das informações.

Apesar do aumento da dificuldade em obter a certificação, houve uma modesta melhoria no nível de transparência dos portais federais, estaduais e distritais (0,6%, 0,5% e 5,6%, respectivamente). Da mesma forma, foi verificado avanço no âmbito do Poder Executivo Federal (47,4%), dos Legislativos Estaduais e Distrital (3,9% e 9,1%, respectivamente), dos Ministérios Públicos (4,4%), dos Tribunais de Contas (2,3%) e das Defensorias Públicas (8,7%).

Os resultados da pesquisa serão apresentados na próxima segunda-feira (13), durante o Seminário “Transparência em foco”, que ocorrerá na sede do TCU, em Brasília, com transmissão pelo canal do Youtube (Tribunal de Contas da União – YouTube). Os dados detalhados serão disponibilizados na página do Radar da Transparência Pública, que também dá acesso aos seus usuários aos links correspondentes a cada informação disponibilizada pelos Poderes, órgãos e entidades públicos.

Avaliação dos realizadores: 

De acordo com o presidente da Atricon, Cezar Miola, o projeto pretende incentivar a adoção de boas práticas de transparência pública. “Nesta segunda edição da pesquisa, houve a elevação do nível de exigência de alguns critérios analisados, tanto no que se refere a aspectos quantitativos quanto a elementos qualitativos.   Com o objetivo de ampliar a aderência aos novos parâmetros, lançamos uma cartilha que reúne orientações sobre as informações que devem ser colocadas à disposição dos cidadãos nesses espaços. A publicação foi uma etapa preparatória para a fase de análise que concluímos agora”, afirmou.

Para o presidente da entidade, ainda é necessário um processo de aperfeiçoamento na qualidade das informações disponibilizadas. “Esperamos que cada vez mais haja, por parte dos entes da administração pública, ações de sensibilização, de educação, para que os cidadãos efetivamente consultem o conteúdo dos portais públicos, ali obtenham as informações para o exercício do controle social e possam, com isso, participar efetivamente da construção de uma gestão pública marcada pela transparência, por uma relação dialógica que são inerentes ao regime democrático”, finalizou.

“O PNTP é uma demonstração da capacidade do Sistema Tribunais de Contas de oferecer serviços e resultados para a sociedade brasileira, para além de sua finalidade maior, de controle da gestão dos recursos públicos”, ponderou o conselheiro Antonio Joaquim, do TCE-MT e coordenador do trabalho.

Já o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, destacou que a iniciativa “é mais um passo para assegurar a transparência na administração pública e a participação cidadã, valores inegociáveis para nós, do TCU. Costumo dizer que queremos 203 milhões de auditores pelo Brasil. O fato é que, para chegarmos a um alto índice de acompanhamento e fiscalização por parte da sociedade, é preciso que haja prestação de contas efetiva dos órgãos em seus portais, com apresentação das informações orçamentárias e financeiras de maneira clara e acessível”.

Resumo dos dados do levantamento:

Dados resumidos do levantamento de Transparência Pública

Poder e instituições analisados %
Brasil – Índice médio geral 57,92%
Tribunais de Contas 90,42%
Ministério Público 85,68%
Judiciário 78,75%
Defensorias Públicas 70,13%
Executivo 59,49%
Legislativo 55,37%

Dados esfera federal

Poderes e instituições Índice de Transparência
Presidência da República 75,08%
Supremo Tribunal Federal 67,13%
Senado Federal 66,14%
Câmara dos Deputados 72,02%
Ministério Público Federal 88,31%
Defensoria Pública da União 70,18%
Entidades Índice de Transparência
Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. 73,88%
Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. 68,57%
Autoridade Portuária de Santos 82,90%
Banco da Amazônia S.A. 52,12%
Banco do Brasil S.A. 69,37%
Banco do Nordeste do Brasil S.A. 77,01%
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 96,81%
BB Tecnologia e Serviços 71,04%
Caixa Econômica Federal 76,00%
Casa da Moeda do Brasil 74,05%
Companhia Brasileira de Trens Urbanos 64,66%
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba 58,42%
Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo 79,69%
Companhia Docas do Ceará S.A. 71,86%
Companhia Docas do Pará S.A. 74,04%
Companhia Docas do Rio de Janeiro S.A. 87,82%
Companhia Docas do Rio Grande do Norte S.A. 63,94%
Companhia Nacional de Abastecimento 57,09%
Eletronuclear S.A 48,70%
Empresa Brasil de Comunicação S.A. 85,03%
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 86,12%
Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia 55,19%
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária 91,54%
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 59,15%
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. 69,61%
Empresa de Pesquisa Energética 74,77%
Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social 88,10%
Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. 54,86%
Empresa Gerencial de Projetos Navais 73,78%
Empresa Gestora de Ativos 73,16%
Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) 0,00%
Financiadora de Estudos e Projetos 87,83%
Indústria de Material Bélico do Brasil 58,51%
Indústrias Nucleares do Brasil S.A. 76,13%
Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. 34,13%
Petrobras Transporte S.A. 70,38%
Petróleo Brasileiro S.A. 69,81%
Pré-sal Petróleo (PPSA) 74,27%
Serviço Federal de Processamento de Dados 95,30%
Telecomunicações Brasileiras S.A. 75,80%
Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. 89,19%

Dados esfera estadual

UF Índice geral Tribunal de Contas Ministério Público Judiciário Defensorias Públicas Executivo Legislativo
Acre 45,15% 72,43% 98,44% 43,20% 35,70% 55,18% 32,12%
Alagoas 56,98% 74,35% 53,93% 54,04% 55,43% 58,47%
Amapá 34,90% 97,92% 90,36% 69,76% 55,98% 40,54% 19%
Amazonas 42,46% 100% 96,92% 96,73% 95,77% 41,27% 32,39%
Bahia 33,79% TCE-BA
87,25%
96,93% 97,89% 28,16% 37,80% 27,34%
TCM-BA
93,57%
Ceará 68,13% 100% 98,72% 81,42% 95,13% 67,06% 63,94%
Distrito Federal 72,52% TC-DF
89,67%
88,95% 76,46% 58,73% 82,33% 75,76%
TCU
95,65%
Espírito Santo 64,30% 94,50% 70,05% 79,67% 50,75% 67,66% 60,15%
Goiás 69,26% TCE-GO
96,98%
94,55% 99,13% 84,18% 73,91% 64,15%
TCM-GO
85,95%
Maranhão 60,89% 90,26% 85,12% 85,53% 88,68% 62,35% 57,86%
Mato Grosso 56,72% 95,31% 83,32% 92,53% 90,40% 59,98% 52,51%
Mato Grosso do Sul 50,72% 77,52% 82,25% 71,93% 69,47% 52,57% 47,64%
Minas Gerais 75,12% 76,89% 64,49%
Pará 80,41% TCE-PA
95,03%
96,52% 97,57% 89,12% 77,52% 82,84%
TCM-PA
95,25%
Paraíba 48,16% 87,97% 74,76% 46,44% 72,34% 48,53% 45,91%
Paraná 71,48% 86,66% 83,72% 85,24% 70,05% 73,27% 69,58%
Pernambuco 56,33% 99,88% 97,98% 90,52% 64,74% 56,06% 55,90%
Piauí 40,15% 96,69% 97,55% 96,67% 73,81% 44,98% 34,42%
Rio de Janeiro 54,39% TCE-RJ
92,19%
84,28% 58,52% 70,40% 58,07% 49,44%
TCMRio
85,28%
Rio Grande do Norte 57,88% 97,21% 86,12% 63,00% 79,94% 59,98% 55,22%
Rio Grande do Sul 56,47% 96,50% 91,46% 91,76% 75,58% 59,40% 53,27%
Rondônia 79,87% 97,87% 91,17% 97,54% 96,45% 79,31% 79,24%
Roraima 39,50% 83,16% 86,22% 83,92% 45,75% 39,98% 21,03%
Santa Catarina 58,15% 98,68% 92,30% 93,85% 77,11% 60,60% 54,40%
São Paulo 57,29% TCE-SP
75,24%
78,50% 82,13% 57,03% 57,43%
TCM-SP
57,87%
Sergipe 61,84% 96,68% 71,72% 87,35% 83,66% 58,27% 64,19%
Tocantins 65,03% 100% 13,54% 30,66% 46,50% 68,19% 62,37%

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