A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite promoverá imunização em todo o país até dia 14 de junho. O dia “D” da campanha está marcado para 8 de junho, mas os Municípios podem definir outras datas. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) reforça a importância da iniciativa e recomenda a promoção de ações de conscientização para que todas as crianças com menos de cinco anos sejam vacinadas.
Lançada na última segunda-feira, 27 de maio, a campanha nacional objetiva vacinar, no mínimo, 95% de aproximadamente 13 milhões de crianças. A expectativa é reduzir o número de não vacinados e o risco de reintrodução do poliovírus no Brasil, além de garantir a eliminação da doença, popularmente chamada de paralisia infantil. Desde 1989, não há registro de casos, e o país recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem em 1994.
Contudo, o Ministério da Saúde alerta que o país está em fase de transição do poliovírus e a estratégia de enfrentamento é a imunização. Este ano, as duas doses da vacina oral poliomielite (VOP) serão substituídas pela vacina inativada poliomielite (VIP), usada na dose de reforço. O ministério afirma que todos os Estados e Municípios receberão as novas diretrizes e as unidades necessárias da VIP para promoverem o esquema vacinal e a dose de reforço.
Ano passado, o Brasil foi classificado pela Organização Panamericana de Saúde como de alto risco para a reintrodução do poliovírus. A classificação considerou o desempenho das coberturas vacinais, dos indicadores de vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas (PFA) e do status de contenção laboratorial dos poliovírus. A CNM tem chamado a atenção dos gestores municipais para a queda das coberturas vacinais desde 2016, conforme apontou estudo da CNM em 2023.
Risco
Em diversas entrevistas e na XXV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, entre os dias 20 e 23 de maio, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, alertou para o risco de os Municípios voltarem a ter casos de doenças já erradicadas, por conta da redução da vacinação. Pesquisa recente promovida pela entidade, com 3.044 prefeituras, apontou o seguinte cenário:
– há risco de retorno da paralisia infantil, pois a cobertura vacinal ficou 10% abaixo da meta em 2023;
– 90% Municípios afirmaram falta de recursos financeiros para promover a busca ativa dos faltosos de vacinação; e
– 67% das prefeituras relatam baixa conscientização da população sobre a importância da vacinação.
Diante dos números, a Confederação volta a apontar a necessidade da União transferir recursos financeiros para os gestores municipais executarem ações estratégicas. A entidade lembra que, na Campanha de Multivacinação de 2023, alguns Municípios não receberam nem R$ 3 mil do total de R$ 150 milhões para Estados e Municípios.
Com informações do Ministério da Saúde